Mensagens do pe. Fábio

terça-feira, 4 de outubro de 2011

“Felicidade não vem com milagre”, diz Padre Fábio de Melo



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O padre é pop. E a popularidade surpreendeu no final da tarde de segunda-feira, 3. Em uma fila gigantesca, mais de 200 pessoas (senhoras, homens e crianças) queriam ver, abraçar e receber um autógrafo do padre cantor Fábio de Melo, que lançava o livro “Tempo de Esperas” (Editora Planeta) na “Livraria Cultura”, em São Paulo. 

“Estou cansada. Cheguei aqui às 9h da manhã só para vê-lo”, desabafou a primeira mulher da fila, que aguardava há mais de 8h, segurando quatro livros. Outra senhora, que precisou de uma cadeira para aguentar “o tempo de espera”, se empolgou ao ver o padre. Ela agarrou, apertou e tentou beijá-lo, sendo retirada pela assessora de imprensa. Paciente, Fábio conversava, brincava e prestava atenção nas histórias levadas pelos fiéis.

Aos 40 anos, ele faz jus à fama que conquistou. Soma 14 CDs (que venderam mais de 2 milhões de cópias), dois DVDs, nove livros e apresenta o programa “Direção Espiritual” (TV Canção Nova). E está incomodando. Tanto que padre Marcelo, um dos primeiros a se popularizar pela música, o criticou, dizendo que não gostava de ver Fábio sem batina, fazendo piadas e cobrando cachê para os shows.

Em entrevista exclusiva ao “Yahoo!”, Fábio fala sobre o livro, felicidade, inveja e contou como é ser um padre popular. 



Assim como na divulgação do livro “Tempo de Espera”, que diz “A Felicidade demora?”, a felicidade é um tema universal. Para você, o que é felicidade? 



Gosto de traduzir felicidade como realização humana. Eu acho que a realização humana, que é essa satisfação de ser quem a gente é, se estabelece quando fazemos de tudo para ser e estar no lugar certo. Acho que todo sofrimento é suportável quando nós sabemos que estamos passando por ele para construir um amanhã melhor; uma situação que a gente espera e que hoje a gente trabalha por ela.



E você se sente uma pessoa feliz?



Eu me sinto muito feliz, muito realizado e estou muito disposto a ser feliz todos os dias. Para isso, tenho as minhas lições, os meus trabalhos diários comigo mesmo, porque felicidade não é um milagre, é uma luta constante. É uma graça de Deus na nossa vida, mas todo ser humano deve se empenhar para ela acontecer.



Ser feliz e se declarar feliz não desencadeia um sentimento de inveja nas outras pessoas? Você sente isso?



O sentimento de inveja está presente em todos nós. É natural que a gente olhe para o quintal do vizinho e ache que o jardim dele é mais bonito. Só que também é uma ilusão, porque a gente não sabe a luta que aquele vizinho tem para manter o jardim daquele jeito. O segredo é a gente focar naquilo que Deus espera de nós e lutar para realizar isso.



O padre Marcelo fez inúmeras críticas ao seu trabalho. Entre elas, a que você cobra cachê para os shows, ao contrário dele. Chegou a ver essas declarações? 



Eu li o que ele falou, sim. Sobre o cachê, é importante dizer que quando trabalho como padre, celebro missas, não há cachê. Mas quando é um trabalho artístico – um show, por exemplo - existem dezenas de pessoas envolvidas, que precisam sustentar suas casas, e uma estrutura por trás, então é necessário. Gosto bastante do padre Marcelo, tenho um carinho muito grande por ele e o considero um grande comunicador.



Assim como ele, qual é a sensação de ser um padre pop? Você se considera um?



Eu sou uma pessoa conhecida e eu faço dessa popularidade o meu instrumento de trabalho. A partir do momento em que as pessoas me conhecem e estão dispostas a ouvir o que eu estou dizendo ou ler o que eu estou escrevendo, eu tenho uma responsabilidade muito grande. Para mim, popularidade é sinônimo de responsabilidade. 



O que pode falar do livro “Tempo de Esperas”?


O livro “Tempo de Esperas” é uma troca de correspondência entre um professor de filosofia e um jovem estudante. Entre eles, surge uma situação interessante porque o professor decide abandonar tudo aquilo que o aluno espera alcançar na vida, que é o reconhecimento acadêmico e a oportunidade de ser um grande intelectual. E a partir desta questão, desdobram-se muitas outras questões humanas, que eles refletem por meio de cartas. É ficcional, mas o tempo todo esbarra nas questões humanas, que são próprias de todos nós.

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